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domingo, 16 de janeiro de 2011

Ori: O Deus que rege a cabeça (4ª parte)


Cabeça no sentido literal da palavra. Mas, Orí no conceito yorùbá tem outras conotações além da simples cabeça física. Pois, para os Yorùbá existe o ORÍ-INÚ – a cabeça interior. Este Orí-inú é aquele que foi moldado por Àjàlá (o Oleiro fazedor de cabeças, descrito na lenda do Orí e a escolha do destino do homem).
Na lenda do Orí e a escolha do destino, conta que Àjàlá fabrica muitas cabeças no ÒRUN e que cada ser humano que vive no ÒRUN – Céu e está para viajar para o Ayé – Terra, vai à casa de Àjàlá para escolher o seu Orí. E a vida do homem na terra vai depender crucialmente da escolha do Orí que ele fez. Pois, acredita–se que essa escolha já predestina o homem ao sucesso ou ao fracasso em sua vida no Ayé.
Diz que Àjàlá é dado a tomar umas bebidas e ao ficar meio alto, ao fazer as cabeças Ele erra na composição da argamassa deixando-a fora do padrão necessário para ser moldada, muito arenosa ou excesso de liga.
Também cozendo-as, às vezes muito, o que as torna muito rígidas e ressecadas ficando muito duras, queimadas e quebradiças. Ou cozendo-as pouco, deixando-as quebradiças e esfarelentas. Às vezes, as moldando tortas que quando cozidas ficam rotas.
Ao escolher sua cabeça e seguir em direção ao àiyé, o ser humano atravessa vários ambientes como de calor excessivo de desertos: muito frio como das zonas gélidas da terra: zonas onde tem de atravessar tempestades com ventos e chuvas fortes. E se as cabeças não tiverem sido bem confeccionadas elas irão se danificar e ficarão em péssimo estado ao chegarem ao àiyé.
Dependendo do estado em que cheguem, se a cabeça estiver boa àquela pessoa trabalhará, e tudo o que fizer será para si mesmo, podendo prosperar na vida, alcançando o sucesso e a fortuna. Se a cabeça estiver danificada, aquela pessoa trabalhará e tudo o que conseguir será para gastar com os reparos do seu Orí.
Quando ele não foi muito danificado, os primeiro anos de vida dessa pessoa serão um pouco sacrificados, ela poderá passar por privações e dificuldades em virtude de não conseguir prosperar na vida, pois, tudo o que arrecadar irá para o conserto do seu Orí. Depois que ele terminar os reparos necessários, o que ele fizer será para si próprio, é então quando ele começa a prosperar em sua vida no àiyé.
Outras pessoas têm Orí tão danificados, que por mais que trabalhem na vida, jamais conseguirão consertar os danos do seu Orí. E tudo o que fizerem na vida será para gastar com seu Orí ruim. São aquelas pessoas que passam a vida toda vegetando, nunca conseguem fazer nem concluir as coisas, vivendo sempre na penúria e no aperto nunca possuindo nada de seu e não conseguindo serem felizes por mais que se esforcem, pois, tem um Orí ruim.
Mas, acredita-se que esses consertos podem ser feitos através de oferendas – Eborí – ebo Orí, que ajudarão a restaurar aquele Orí mais depressa, o que pode mudar um pouco essa predestinação. Não é porque a pessoa tem um bom Orí que ela poderá ficar sentada esperando tudo de bom na vida.
Ela está predestinada ao sucesso em sua vida, mas, desde que trabalhe para isso. Seus caminhos estarão sempre abertos para alcançar seus objetivos, esforçando-se para isso.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Ori: O Deus que rege a cabeça (3ª parte)


O MAIS ALTO LUGAR,A POSIÇÃO DE AUTORIDADE CHAMADA APERE SE TORNOU O TRONO DE ORI. ORI FOI MAIS ADIANTE PARA PROVAR SUA SUPERIORIDADE SOBRE ORISANLÁ DANDO A ELE UM LUGAR PERMANENTE CHAMADO OKE-ALAMOLEKE EM ODE IRANJÉ,E UMA FUNÇÃO ESPECÍFICA EM AJALAMO AMBOS SOBRE O CONTROLE DE ORI.
AJALAMO É UM LUGAR MUITO INTERESSANTE EM IFÉ, É UM LUGAR EM QUE UM VAI EM ESPÍRITO PARA ESCOLHER SEU ORI. E A PESSOA DESIGNADA A ESTE LUGAR É CHAMADA DE AJALAMOPIN,O MOLDADOR DE ORI OU CABEÇAS,E ORISANLÁ CUIDA DE MOLDAR OSCORPOS.
HÁ OUTRO EM AJALAMO QUE NÃO É MENCIONADO,CONHECIDO PELO NOME DE KORI,O MOLDADOR DOS ESPÍRITOS DE CRIANÇAS. ORI É AQUELE COM AXÉ QUE NOS FAZ TÊ-LO.
É TÃO PODEROSO QUE ATÉ IFÁ TEM DE SE SUBMETER A SUA VONTADE.

ORI VENCEU TODOS OS ORIXÁS E FOI O ÚNICO CAPAZ DE ABRIR O OBI DO AXÉ. VONTADE DITA COMO AS COISAS ACONTECEM EM NOSSA VIDA, SE DEIXARMOS ORI PARA TRÁS, NÓS PERDEMOS O DIREITO DE RECLAMAR SOBRE NOSSA SITUAÇÃO.NINGUÉM PODE APRISIONAR NOSSA MENTE,MAS SÓ NÓS PODEMOS. ESCRAVIDÃO É UMA ARMADILHA MENTAL E QUANDO NÓS DEIXAMOS DE LADO NOSSOS DIREITOS A LIBERDADE,NÓS NOS MANTEMOS ESCRAVOS.
PARA OBTER O PODER DA VONTADE DE MUDAR, PRIMEIRO TEMOS DE TER VONTADE. A MAIORIA DAS PESSOAS ACEITA AS CONDIÇÕES ESTABELECIDAS,E NÃO QUEREM MUDAR. NÓS TEMOS DE TER VONTADE DE SAIRMOS UM COM OLODUMARE.ORI NOS LEVA DIRETAMENTE A IWA QUE CONTEM A PALAVRA CARÁTER. PARA O YORUBÁS IWA NÃO QUER DIZER CUMPRIR AS DIRETIVAS DE OLODUMARE QUE TAMBÉM É CHAMADO DE OBÁ MIMÓ, OBA PIPÉ,SIGNIFICANDO “O REI PURO OU O REI PERFEITO” OU ALALÁ FUNFUN OKÉ “AQUELE DE BRANCO QUE HABITA NO ALTO”

É ESTA FORÇA QUE DISPERSA QUE É CHAMADO IFÁ IYÀ,OU O ORÁCULO DO CORAÇÃO. OS ORÁCULOS DO CORAÇÃO SÃO AS DIRETIVAS OU ORDENS DE OLODUMARE, AQUILO QUE É O CERTO OU ERRADO,QUE LEVA A CUMPRIR OU NÃO, O DESTINO.TODOS NÓS SABEMOS O QUE É O CERTO PORQUE ISTO TAMBÉM FOI DADO COM O SOPRO DE OLODUMARE QUE PÔS EM NÓS.É O ORÁCULO DO CORAÇÃO QUE NOS GUIA E DETERMINA NOSSA VIDA ÉTICA.O ORÁCULO DO CORAÇÃO É A CONSCIÊNCIA DA PESSOA. AS LEIS DE OLODUMARE ESTÃO ESCRITAS NO CORAÇÃO.
JE ÈWO SIGNIFICA “COMER O QUE É TABU” OU “FAZER O QUE É PROIBIDO” E GBIGBA ÈWO SIGNIFICA “RECEBER O TABU” OU “FAZER O CERTO” (CUMPRIR O PRECEITO) ESTA É UMA DAS MANEIRAS QUE UM É RECONHECIDO, NO DESENVOLVIMENTO DE IWA. MAS ANTES MESMO DE VIRMOS PARA ESTE MUNDO,NÓS APRENDEMOS E RECEBEMOS DIRETIVAS ENQUANTO ESPÍRITOS E ISTO São O QUE NÓS CHAMAMOS DE INSTINTOS,OU DEJA VU,A MEMÓRIA DE ORI.
AS LEIS DOS HOMENS SÃO FEITAS PARA CONTROLAR E TIRAR AS ESCOLHAS. OLODUMARE DIZ QUE CADA UM DE NÓS TEM ESCOLHA E QUE HÁ UMA PUNIÇÃO DIVINA. NÓS TEMOS A OPORTUNIDADE DE ESCOLHER A DIREÇÃO EM QUE QUEREMOS IR, MAS TEMOS DE REALIZAR QUE TODAS AS DIVIDAS DEVERÃO SER PAGAS.É MUITO IMPORTANTE QUE NÓS MESMOS ESCOLHEMOS NOSSA PRÓPRIA DIREÇÃO PARA DESENVOLVER IWA, POR QUE ISTO DETERMINARA O SUCESSO OU INSUCESSO DE ALCANÇARMOS NOSSO DESTINO.
A COROAÇÃO FINAL DO NOSSO ORI.
DE ACORDO COM UM DOS VERSOS DE OGUNDA MEJI,ORUNMILÁ REUNIU TODOS OS ORIXÁS E PERGUNTOU QUAL DELES ACOMPANHARIAM SEUS DEVOTOS NUMA VIAGEM DISTANTE ATRAVÉS DO OCEANO SEM DESERTÁ-LOS EM NENHUM LUGAR. XANGÔ,O DEUS DO TROVÃO E O MAIS CORAJOSO, RESPONDEU QUE ELE IRIA COM SEUS DEVOTOS PARA QUALQUER LUGAR SEM OLHAR PARA TRÁS. ORUNMILÁ CONVENCEU XANGÔ QUE ESTA NÃO ERA A RESPOSTA CORRETA,E UM POR UM ELE CONVENCEU CADA UM DOS ORIXÁS QUE ESTA NÃO ERA A RESPOSTA A SUA PERGUNTA. ELES IMPLORARAM A ORUNMILÁ PARA REVELAR A RESPOSTA CORRETA,A QUAL ORUNMILÁ RESPONDEU QUE SOMENTE ORI,A DIVINDADE PESSOAL DE CADA UM,PODE NOS ACOMPANHAR ATÉ O LUGAR MAIS LONGÍNQUO DO MUNDO SEM VOLTAR ATRÁS.

DAI ELE RECITOU: “SOMENTE ORI PODE ACOMPANHAR O SEU DEVOTO A QUALQUER LUGAR SEM RETORNAR, SE EU TENHO DINHEIRO,É A MEU ORI QUE EU AGRADEÇO. MEU ORI, É VOCÊ. SE EU TENHO FILHOS,É O MEU ORI QUE EU VOU CULTUAR. MEU ORI,É VOCÊ.POR TODAS AS COISAS BOAS QUE EU TENHO NA TERRA,É O MEU ORI QUE EU CULTUO.

MEU ORI, É VOCÊ

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Ori: O Deus que rege a cabeça (2ª parte)

ORI CRIOU IFÁ, E IFÁ SE TORNOU UM ESPECIALISTA EM IKIN. ORI CRIOU AMAKISI NO LESTE, AONDE A LUZ MATINAL SURGE NA TERRA. ORI CONQUISTOU TODOS OS ORIXÁS E OS CRIOU AONDE ELES SÃO HOJE REVERENCIADOS.
AO ACORDAR, EU HOMENAGEIO OLORÚN. DEIXE TODAS AS COISAS BOAS VIREM A MIM. MEU ORI ME DEU VIDA. DE-ME O PODER DE ULTRAPASSAR A MORTALIDADE E EU NÃO MORREREI. DEIXE TODAS AS COISAS BOAS PERTENCEREM A MIM, COMO A LUZ PERTENCE A AMAKISI.
ORI É IMPORTANTE PORQUE É O QUE ESCOLHEMOS NO ORUN PARA NOS ACOMPANHAR NESTE MUNDO PARA ATINGIRMOS NOSSO DESTINO. ORI É O QUE NOS DÁ A OPORTUNIDADE DE FAZER ESCOLHAS. MESMO ANTES DO ORIXÁ, HÁ O ORI QUE NOS DIRECIONA E NADA PODE SE MANIFESTAR SE NÃO FIZERMOS UMA ESCOLHA. Ë ORI QUE NOS LEVA DE VOLTA AO ORIXÁ. SE OLHARMOS O TERMO ORI (SA) É A COROAÇÃO DA CABEÇA QUE A ISTO SE REFERE. É A COROAÇÃO DO ORI DAS DIVINDADES QUE OS TORNAM ORIXA.
TODOS ELES ESCOLHEM SEU DESTINO. E ESTA ESCOLHA É SEU ORI. NÃO HÁ NADA QUE POSSA ACONTECER SEM FAZERMOS UMA ESCOLHA OU SAUDARMOS ORI. POR ISTO É QUE ORI VEM PRIMEIRO, PORQUE NOS LEVA A OLODUMARE (OLORÚN). ORI É A “LIGAÇÃO DIRETA” COM OLODUMARE. LIGAÇÃO COM A FORÇA CHAMADA ELEDA, ENERGIA INCONDICIONAL, O PENSAMENTO DE OLORÚN QUE TODOS TEMOS DENTRO DE NÓS. É POR ISTO QUE É DITO QUANDO SAUDAMOS NOSSAS CABEÇAS QUE ESTAMOS SAUDANDO ELEDÁ, PORQUE ISTO É FEITO ATRAVÉS DE NOSSO ORI.
IWA LÉWA
AGORA A IMPORTÂNCIA DE ORI VEM DE IWA (LÉWA) QUE SIGNIFICA “CARÁTER É BELEZA”. É ATRAVÉS DESTAS ESCOLHAS QUE FAZEMOS QUE SOMOS CAPAZES DE SER VISTOS COMO ALGO BELO, E ESTAS ESCOLHAS SÃO ACOMPANHADAS DO DESTINO. É ATRAVÉS DESTAS ESCOLHAS QUE NOSSO CARÁTER É MOLDADO. É INTERESSANTE QUE IWA-CARÁTER E IWA-DESTINO SÃO BASICAMENTE A MESMA PALAVRA.
NÓS NÃO CONSEGUIREMOS ALCANÇAR NOSSO DESTINO A NÃO SER QUE DESENVOLVAMOS BOM CARÁTER.
E SE DURANTE A NOSSA VIDA NO MERCADO DO MUNDO NÓS DESENVOLVERMOS UM BOM CARÁTER MORAL, NÓS CONSEGUIREMOS A COROA DO ORIXÁ.
HÁ UMA OUTRA ENTIDADE QUE EXISTE COM ORI. QUANDO ORI ANDA CONOSCO PELO MUNDO, HÁ ENIKEJI, NOSSO GÊMEO ESPIRITUAL, QUE SE MANTÉM EM ESPÍRITO PARA NOS LEMBRAR DO NOSSO DESTINO ESCOLHIDO EM ILE ORUN. QUANDO FORMOS PARA CASA, POIS O MUNDO É O MERCADO, ORUN É NOSSA CASA, HAVERÁ UMA RECONEXÃO COM ENIKEJI PARA VER SE ALCANÇAMOS NOSSO DESTINO. TODOS OS ORI VEM DE ELEDÁ, OLORÚN. TUDO VEM DAQUELE QUE DÁ VIDA – OLORÚN – E SE MANIFESTA COMO VIDA – OLODUMARE.
CADA PESSOA, PEDRA, ÁRVORE, PUNHADO DE TERRA É COMPOSTO DE ODU E TEM UM ESPÍRITO DE ELEDÁ EM SI, ORI OU ORO, O QUE HABITA DENTRO. TUDO VEM DA MESMA FONTE, NÃO DIFERENTES, EU POSSO VOLTAR COMO UM PÁSSARO, MAS AINDA COM ORI, O QUE ME DÁ A ESCOLHA NECESSÁRIA DE ALCANÇAR MEU DESTINO ESCOLHIDO. MAS AINDA ASSIM ORI VEM DE ELEDÁ. O CORPO DO PÁSSARO É SOMENTE A RESIDÊNCIA DO ESPÍRITO DO PÁSSARO, E O ESPÍRITO VEM DE OLODUMARE.
IGBÁ IWA, QUE É NOSSO CORPO QUE CONTEM O NOSSO CARÁTER, É SOMENTE A RESIDÊNCIA DO ESPÍRITO, INDEPENDENTE DE SUA FORMA FÍSICA. NÓS TEMOS A TENDÊNCIA DE NOS SEPARARMOS DESTE ESPÍRITO, E É O QUE NOS IMPEDE DE ALCANÇARMOS IWA PELE.
KOTOPO-KELEBE ERA O APELIDO DE ORI ANTES DELE SE TORNAR A CABEÇA DE TODOS OS ORIXÁS. ESPECIFICAMENTE, O APERE DE ORI INDICA SUA VITÓRIA SOBRE AS OUTRAS DIVINDADES, E A ASCENSÃO DE ORI AO ALTO DA PONTA DO CONE DA EXISTÊNCIA, ISTO É A RAZÃO DE EXISTIR. PARA SABER COMO ORI LIDOU COM TODAS AS AMEAÇAS DE OPOSIÇÃO DE SEUS RIVAIS E DITOU SEUS DESTINOS, É PERTINENTE PARA MOSTRAR O DUPLO SENTIDO MOSTRADO NO VERBO “DA” (VENCER OU CONQUISTAR OU CRIAR) USADO NO ODU EM ORI. NÓS TEMOS A NOÇÃO DE QUE EM PARA SER OU CRIAR ALGO, TEMOS DE SOBREPOR ALGUMA OPOSIÇÃO OU VENCER ALGUÉM. SEM LUTA, NÃO HÁ SUCESSO NA VIDA

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Ori: O Deus que rege a cabeça (1ª parte)

Vou mim deter a postar um material muito importante para os Candomblecistas. Espero que gostem e postem comentarios.
UMA DAS MAIS IMPORTANTES DIVINDADES NA COMPREENSÃO DAS CRENÇAS YORUBÁS É ORI. ORI É O GUIA DE CADA UM E DE TODOS PARA O SUCESSO NESTE MUNDO E TAMBÉM NO OUTRO (CÉU-ORUN). ORI É O ORIXÁ SUPREMO QUE SOMENTE SE ABAIXA PARA OLODUMARE(OLORÚN).
MUITAS PESSOAS, NESTE PAÍS,ENVOLVIDAS NESTA RELIGIÃO, NÃO TÊM CONHECIMENTO DE ORI.E UMA PESSOA SEM CABEÇA É UMA PESSOA SEM DIREÇÃO. DEVEMOS NOTAR QUE A CABEÇA É EM GERAL A PRIMEIRA A ENTRAR NESTE MUNDO, E É O RECIPIENTE OU RESIDÊNCIA DE TODAS AS ESCOLHAS (OPÇÕES).

QUEM É ESTE ORI?
ORI-ISESÉ (CABEÇA – O DESIGNANTE), TAMBÉM ORI-OORO (CABEÇA AO AMANHECER) ORI AKOKO (A PRIMEIRA CABEÇA) OU SIMPLESMENTE ORI (CABEÇA),É ESTE O PRIMEIRO E MAIS
IMPORTANTE ORIXÁ NO ORUN. E POR CAUSA DE SEU LUGAR PRIMORDIAL, ORI-ISHESHÉ TEM JURISDIÇÃO SOBRE ORÍ-INÚ, QUE É A CABEÇA PESSOAL OU DIVINDADE POSSUÍDA POR CADA E TODAS AS PESSOAS E ORIXÁS, PORQUE TAMBÉM OS ORIXÁS TÊM SEU ORI INDIVIDUAL, OU ORI INÚ.

O PODER E AUTORIDADE QUE ORI POSSUI VEM DA CRENÇA QUE ORI-ISHESHÉ É O CRIADOR DE TODAS AS DIVINDADES, E SOB AS ORDENS DE ORI ELES FORAM MANDADOS AS VÁRIAS LOCALIDADES AONDE SE TORNARAM RESPEITADOS.
NA CRENÇA YORUBÁ, ORI É A RESIDÊNCIA DE CADA ESCOLHA DE REALIZAÇÃO NA FORMA EM QUE LUTAM PARA ALCANÇAR SEU DESTINO. ALGUMAS VEZES É CHAMADA DE ORÍ-INÚ OU CABEÇA INTERNA OU DESTINO. HÁ TAMBÉM UM ORI ODE OU CABEÇA FÍSICA, AONDE ORI INÚ RESIDE. O CONTRAPONTO DE ORÍ-INÚ NO ORÚN SERIA ORI ISHESHÉ.

DEVIDO AS CIRCUNSTANCIAS DE SUA CRIAÇÃO, TODOS OS ORIXÁS TEM DE PRESTAR HOMENAGEM A ORI. TODAS AS CABEÇAS FEITAS NO CULTO OU DEVOTO TÊM DE TOCAR A TERRA COM A TESTA COMO UM ATO DE RESPEITO AO PRIMEIRO ORI. NO NASCIMENTO (PARTO), A CABEÇA FÍSICA OU ORI ODE VEM PRIMEIRO, ENQUANTO O RESTO DO CORPO A SEGUE,O QUE AUMENTA MAIS SUA RELAÇÃO COM ORI-INU,QUE TAMBÉM É O
PRIMEIRO A SER CRIADO E O ÚNICO
DETERMINANTE DO DESTINO DO HOMEM NA TERRA. DEVIDO A ISTO, A CABEÇA FÍSICA É TRATADA COM MUITO RESPEITO E PROPICIADA COMO ORI-INÚ, SEU CONTRAPONTO ESPIRITUAL, RESULTANDO NA PRIMEIRA SERVIR COMUMENTE COMO MEIO DE COMUNICAÇÃO COM A OUTRA.

O ORI DE UMA PESSOA É TÃO IMPORTANTE QUE DEVE SER PROPICIADO FREQUENTEMENTE E SUA AJUDA É NECESSÁRIA ANTES DE INICIAR
QUALQUER ATO E ISTO É FEITO ATRAVÉS DO EBORÍ (BORI).

OFUN-RETE
WEREWERI NO CÉU…
OWEWÉ, AQUELE QUE LIMPA A POBREZA COM PERFEIÇÃO. FOI VISTO NO JOGO PARA SOMENTE UM ORI E TAMBÉM PARA QUATROCENTOS E UMA DIVINDADES CELESTIAIS QUEM IRIA A OLORÚN O CRIADOR-CHEFE PARA TENTAR ABRIR O OBI DO AXÉ. OGBON, SABEDORIA, OS DIRIGIU PARA FAZEREM O SACRIFÍCIO… QUATROCENTOS E UMA DIVINDADES DESOBEDECERAM A SUA ORDEM. SOMENTE ORI OBEDECEU, E SEU SACRIFÍCIO FOI ACEITO. QUAL ERA A ORDEM DADA POR OGBON? ELES TINHAM DE ACORDAR AO AMANHECER E LOUVAR O SUPREMO CRIADOR.

TODOS OS ORIXÁS PERDERAM A HORA. SOMENTE ORI ACORDOU, E SE ATIROU AO CHÃO EM HOMENAGEM A OLORÚN. DEPOIS DISTO TODOS OS ORIXÁS FORAM A DEUS, O CRIADOR-CHEFE, E PEDIRAM A OGBON PARA APRESENTAR O OBI DE AUTORIDADE. TODOS TENTARAM, MAS NÃO CONSEGUIRAM ABRI-LO. SOMENTE ORI CONSEGUIU PORQUE TINHA FEITO O SACRIFÍCIO (EBÓ), E DIVIDINDO O OBI, ELE OBTEVE AS RESPOSTAS (JOGOU, ADIVINHOU).
A RESPOSTA FOI FAVORÁVEL E UMA ALTA LOUVAÇÃO OCORREU. HOUVE GRANDE EXCITAÇÃO E JÚBILO NOS CÉUS. O LUGAR MAIS ALTO E CENTRAL, APERE, DAÍ PASSOU A POR DIREITO PERTENCER A ORI. QUANDO ORI SE SENTOU, OS OUTROS ORIXÁS,CHEIOS DE INVEJA, CONSPIRARAM PARA DESTRONÁ-LO.
ORISHANLÁ FOI O PRIMEIRO A DESAFIAR SUA AUTORIDADE.ORI O PÔS NO CHÃO E EM AJALAMO AONDE OS DESTINOS SÃO MOLDADOS.EMAJALAMO ORISHANLÁ SE TORNOU O ESPECIALISTA ESCULTOR DOS DESTINOS

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

“CANDOMBLÉ MESMO É COZINHA…”

 Dentro do universo do Candomblé, a cozinha merece uma atenção especial, por ser um dos espaços onde se passa e se constitui o sagrado. Tudo nela remete a esta dimensão. Assim,  “A cozinha de santo” aparece sempre como algo distinto, separado da cozinha do dia a dia. Separada na sua grande maioria, não por limites externos, mas internos que são representados por mudanças de atitude, ações, formas de uso, etc.
            Em muitos terreiros de Candomblé, o local onde são preparadas as comidas dos Orixás  é o mesmo onde são feitas as comidas do dia a dia. Esta separação, todavia é realizada de forma bastante visível e determinada. Muitas vezes se reserva para as comidas de santo um fogão especial que pode ser de lenha ou industrial, enquanto a outra permanece num fogão menor. Comum é se trocar de horários. É muito difícil se mexer com as panelas dos Orixás ao lado de outras panelas, bem como misturar os utensílios destas duas cozinhas.
            “ Cozinha do santo” é, assim, mais que um lugar determinado que, em terreiros de estrutura maior, os mais antigos, se tem para preparar somente os pratos dos Orixás e, sim, um espaço criado e redefinido a cada momento, no terreiro, através da separação dos objetos, utensílios e mudanças de comportamento. Tudo participa do sagrado: o espaço em si ,  as panelas, travessas, pratos, bacias, cestos, peneiras, colheres de pau, ralos, o pilão,  as frigideiras, formas de assar e sobretudo as pessoas que nele transitam.
            A cozinha é cheia de interdições como: não conversar mais que o necessário, não falar alto, gritar, cantar ou dançar músicas que não sejam do santo; não entrar pessoas que não sejam iniciadas-dependendo do que se estiver fazendo,  somente um número muito restrito-não admitir que mulheres menstruadas permaneçam nela, etc. Neste espaço sacralizado,  tudo vai ganhando significado: a bacia que cai, o garfo, a faca, a colher, o óleo que faz fumaçar o fogo, etc. Na cozinha se aprende além do “ponto” certo de determinado prato,  que não se dá as costas para o fogo, não se joga sal no chão, não se mexe comida de Orixá com colher que não seja de pau, que a comida mexida por duas pessoas desanda, que não se joga água no fogo e que muitas pessoas por terem o sangue ruim fazem a comida desandar. Ou que a presença de pessoas de um determinado Orixá faz com que uma certa comida não dê certo, como por exemplo: em cozinha onde se tem gente de Xangô o milho de pipoca queima antes de estourar. Pela cozinha, entram as pessoas de maior prestígio na Religião e  é nela própria que, em certas ocasiões, muito antes mesmo de se chegar no peji do Orixá,  que este é consultado a fim de se saber se a comida foi bem preparada ou não.
            Embora marcada por vários limites, a cozinha é mesmo escola mestra, local onde se aprende as lições mais antigas, através do exercício longo e paciente da observação. Local onde permanecem por maior período de tempo os iniciados, seja varrendo, lavando, limpando, guardando, acendendo ou mantendo o fogo, cozinhando, com olhos e ouvidos  atentos a  tudo que se passa nela.   Daí entende-se o dizer corrente: Candomblé mesmo é cozinha!!!” Talvez por ser ela  mais que um local de transformação e sim de  passagem e transmissão de conhecimento, por onde transita algo essencial que ultrapassa os limites das oposições por situar-se no mais intimo e profundo ser do homem: o comer.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Pedido aos Amigos e Seguidores

Venho, neste momento, pedir a todos vocês que buscam ampliar seus conhecimento no caminho do Candomblé, especificamente da Nação Jeje, que divulguem o nosso Blog. Também peço que postem comentários seja com elogios, críticas ou sugestões de assuntos a serem pesquisados aqui. Obrigado a todos e um 2011 cheio de Axé em nosso caminhos.


 ORAÇÃO AOS ORIXÁS

QUE A IRREVERÊNCIA E O DESPRENDIMENTO DE EXU ME ANIMEM A NÃO ENCARAR AS COISAS DA FORMA COMO ELAS PARECEM À PRIMEIRA VISTA, E SIM QUE EU APRENDA QUE TUDO NA VIDA, POR PIOR QUE SEJA, TERÁ SEMPRE O SEU LADO BOM E PROVEITOSO! LAROYÊ EXU!
QUE A TENACIDADE DE OGUM ME INSPIRE A VIVER COM DETERMINAÇÃO, SEM QUE EU ME INTIMIDE COM PEDRAS, ESPINHOS E TREVAS. SUA ESPADA E SUA LANÇA DESOBSTRUAM MEU CAMINHO E SEU ESCUDO ME DEFENDA. OGUN YÈ! PATAKORI OGUN!
            QUE O LABOR DE OXÓSSI ME ESTIMULE A CONQUISTAR SUCESSO E FARTURA ÀS CUSTAS DE MEU PRÓPRIO ESFORÇO. SUAS FLECHAS CAIAM À MINHA FRENTE, ÀS MINHAS COSTAS, À MINHA DIREITA E À MINHA ESQUERDA, CERCANDO-ME PARA QUE NENHUM MAL ME ATINJA. OKÊ BAMBOCRIM! OKÊ ARÔ ODÉ!
            QUE AS FOLHAS DE OSSANHE FORNEÇAM O BÁLSAMO REVITALIZANTE QUE RESTAURE MINHAS ENERGIAS, MANTENDO MINHA MENTE SÃ E CORPO SÃO. EWE OSSAYIN!
            QUE OXUM ME DÊ A SERENIDADE PARA AGIR DE FORMA CONSCIENTE E EQUILIBRADA. TAL COMO SUAS ÁGUAS DOCES - QUE SEGUEM DESBRAVADORAS NO CURSO DE UM RIO, ENTRECORTANDO PEDRAS E SE PRECIPITANDO NUMA CACHOEIRA, SEM PARAR NEM TER COMO VOLTAR ATRÁS, APENAS SEGUINDO PARA ENCONTRAR O MAR - ASSIM SEJA QUE EU POSSA LUTAR POR UM OBJETIVO SEM ARREPENDIMENTOS. ORA YEYEO OSUN!
            QUE O ARCO-ÍRIS DE OXUMARÉ TRANSPORTE PARA O INFINITO MINHAS ORAÇÕES, SONHOS E ANSEIOS, E QUE ME TRAGA AS RESPOSTAS DIVINAS, DE ACORDO COM MEU MERECIMENTO. ARROBOBOI OSUMARÈ!
            QUE OS RAIOS DE YANSàALUMIEM MEU CAMINHO E O TURBILHÃO DE SEUS VENTOS LEVE PARA LONGE AQUELES QUE DE MIM SE APROXIMAM COM O INTUITO DE SE APROVEITAREM DE MINHAS FRAQUEZAS. ÊPA HEY OYÁ!
            QUE AS PEDREIRAS DE XANGÔ SEJAM A CONSOLIDAÇÃO DA LEI DIVINA EM MEU CORAÇÃO. SEU MACHADO PESE SOBRE MINHA CABEÇA AGINDO NA CONSCIÊNCIA E SUA BALANÇA ME INCUTA O BOM SENSO. OBANISHÉ CAÔ! CAÔ CABECILE!
            QUE AS ONDAS DE YEMANJÁ ME DESCARREGUEM, LEVANDO PARA AS PROFUNDEZAS DO MAR SAGRADO AS AFLIÇÕES DO DIA-A-DIA, DANDO-ME A OPORTUNIDADE DE SEPULTAR DEFINITIVAMENTE AQUILO QUE ME CAUSA DOR E QUE SEU SEIO MATERNO ME ACOLHA E ME CONSOLE. ODOYÁ YEMONJÁ!
            QUE AS CABAÇAS DE OBALUAYÊ TRAGAM NÃO SÓ A CURA DE MINHAS MAZELAS CORPORAIS, COMO TAMBÉM AJUDEM MEU ESPÍRITO A SE DESPOJAR DAS VICISSITUDES. ATOTÔ OBALUAYÊ!
            QUE SABEDORIA DE NANàME DÊ UMA OUTRA PERSPECTIVA DE VIDA, MOSTRANDO QUE CADA NOVA EXISTÊNCIA QUE TENHO, SEJA AQUI NA TERRA OU EM OUTROS MUNDOS, GERA A BAGAGEM QUE ME DÁ MEIOS PARA ATINGIR A EVOLUÇÃO, E NÃO UMA FORMA DE PUNIÇÃO SEM FIM COMO JULGAM OS INSENSATOS. SALUBA NANÃ!
            QUE A VITALIDADE DOS IBEIJIS ME ESTIMULE A ENFRENTAR OS DISSABORES COMO APRENDIZADO; QUE EU NÃO PERCA A PUREZA MESMO QUE, AO MEU REDOR, A TENTAÇÃO ME ENVOLVA. QUE A INOCÊNCIA NÃO SIGNIFIQUE FRAQUEZA, MAS SIM REFINAMENTO MORAL! ONIBEIJADA!
            QUE A PAZ DE OXALÁ RENOVE MINHAS ESPERANÇAS DE QUE, DEPOIS DE ERROS E ACERTOS; TRISTEZAS E ALEGRIAS; DERROTAS E VITÓRIAS; CHEGAREI AO MEU OBJETIVO MAIS NOBRE: AOS PÉS DE ZAMBI MAIOR! ÊPA BABÁ OXALÁ!

Candomblé e Natureza: Um culto ao Criador e a criação

Falar sobre Candomblé hoje, para os adeptos mais preocupados e mais ativos quanto à religião, não significa apenas discutir sobre assuntos do terreiro, orixás e obrigações.
Hoje convido a todos para percebermos sobre o espaço em que a nossa religião está inserida, falando sobre a Terra e seus recursos, essa grande mãe que nos fornece além da possibilidade de vida, a possibilidade de termos uma fé, uma crença que se baseia totalmente no seu funcionamento.
Se fizermos um balanço entre os pensamentos que existem nas diversas partes do mundo, veremos diferenças gritantes entre estes pensamentos e conceitos.
Estamos inseridos numa sociedade de cultura ocidental, judaico-cristã, a cultura de onde surgiu o conceito econômico mais forte mundialmente, o capitalismo, e de onde surgiu e está cada vez mais inerente a nós a globalização. O dia tem hora pra começar e terminar; andamos nas ruas correndo, vidrados nos relógios; o trânsito é um caos: buzinas, berros, chingamentos; pessoas que se esbarram nas calçadas e nem se pedem desculpas. Falta gentileza, falta o pedir licença, falta o obrigado. O individualismo cresce, o egoísmo idem, a violência cresce e nisso, por causa desse tempo louco, dessa falta de calma que nos habita, cresce desordenadamente também o número de pessoas estressadas, depressivas, à beira de um ataque de nervos, que descontam seus vazios no consumo de remédios e de bens materiais como se o dinheiro comprasse a felicidade…
A ideia de que o dinheiro move o mundo e o dinheiro compra tudo está também inserida na nossa sociedade, a vontade para o “agora” é a que prevalece, então, se agora queremos energia elétrica construímos usinas hidroelétricas, independentemente dos prejuízos que estas usinas possam trazer à biodiversidade local, ou à cultura de um povo “despejado” da sua própria terra; queremos móveis nas nossas casas independentemente da madeira ser de uma área de floresta protegida; não queremos que as ruas encham d’água durante as chuvas, mas não deixamos de lançar na rua, ou pela janela do carro, ou do coletivo, latas de refrigerantes, embalagens de comidas ou qualquer outro produto que não nos sirva mais.
Nós queremos uma vida melhor não só quanto à comida e educação: queremos cidades mais limpas, mais puras, não sermos contaminados por uma leptospirose, por exemplo.
Mas pouco as pessoas têm feito para mostrar esse tipo de cidadania.

Com tudo isso, a níveis urbanos, ou a níveis mundiais, quero falar sobre a natureza. A humanidade pede socorro e esse fato não é um terrorismo de pensamento, é uma realidade. Nós, como criados numa cultura ocidental aprendemos indiretamente que a natureza está para suprir as nossas necessidades. Aprendemos que o homem está acima dela, que Olorun/Deus criou o homem sua imagem e semelhança e criou a natureza para servir a este homem criado a partir de Olorun. A partir desta concepção, a natureza é explorada, é extrapolada e vem sendo destruída pelo homem.
Como na natureza (assim como na vida) tudo é um ciclo, uma cadeia, sempre há as reações. Diferenças drásticas de temperatura são reações, chuvas torrenciais inesperadas são reações, queimadas desordenadas e quase incontroláveis em vários ecossistemas também são reações, e todas estas reações afetam de maneira direta ou indireta os ciclos que fazem a Terra funcionar e conseqüentemente também a nós, seres humanos, os seres causadores da maior parte de todo este silencioso caos.
Nós fomos criados numa cultura ocidental, porém fazemos parte de uma religião que tem como sua raiz conceitos totalmente contrários aos desta cultura.
Somos ramificações da natureza, fazemos parte dela, assim como ela faz parte de nós. Do que seríamos nós sem ela, do que seria nossa religião sem ela? Seria possível dar continuidade às nossas tradições sem a natureza? Não, meus irmãos. Nossos antepassados em África e também aqui no Brasil nos ensinaram que a natureza vem em primeiro lugar: agradamos a mãe Terra quando agradamos nossos orixás, saudamos a mãe Terra quando saudamos aos nossos orixás, tocamos a mãe Terra, pedimos sua licença, antes de cumprimentar um orixá ou um mais velho dentro da religião.
Nós temos as nossas divindades que fazem parte dos elementos da natureza. Elas estão representadas nestes elementos e os elementos estão representados nelas: os orixás. Olorun deu aos orixás seu respectivo elemento para que cada um o representasse, fosse responsável e com a ajuda dos humanos mantessem o equilíbrio entre a natureza e os seres habitantes da Terra. Nós não estamos acima da natureza e nem abaixo da natureza, pois fazemos parte dela, vimos dela e seja de qualquer maneira, voltaremos para ela.
Provavelmente, se esse pensamento fosse mais coletivo, a natureza não estaria revidando de forma tão agressiva ao tratamento que a temos dado. Por isso, nós como pertencemos a uma religião que tem por base esta natureza e dependemos dela para continuar na nossa fé, temos sim o dever de tentar impactá-la o menos possível, tanto como cidadãos nas ruas evitando lançar o lixo em outro lugar que não seja uma lixeira, por exemplo, como a nível religioso, como por exemplo, a disposição dos ebós quando levados para fora do terreiro ou quanto às oferendas direcionadas a Yemanjá no mar ou a Oxum nos rios, pois aqueles vidros de perfumes, ou outros objetos de plástico ou de vidro não somem simplesmente dentro da água, eles permanecem ali ou são levados de correnteza em correnteza e demoram dezenas ou centenas de anos até sejam decompostos.
Não quero aqui propor uma mobilização para sermos “politicamente corretos”, não é isso de maneira alguma. Apenas penso que se os diversos setores da sociedade se mobilizarem para contribuir com o meio ambiente, estas mobilizações, ainda que pequenas, em seu grupos, repercutirão em ótimos resultados se forem observadas numa visão geral. E eu, como religiosa e esperançosa quanto ao futuro da religião a partir dos meus netos e tataranetos, me vejo no dever de contribuir de alguma maneira para um ambiente mais limpo, menos poluído e uma natureza viva e presente no nosso Candomblé nesta e noutras gerações.
Axé!

sábado, 1 de janeiro de 2011

ORIXÁS QUE REGERÃO 2011

Todos os anos temos a regência das Energias ou Forças dos Orixás do Culto Africano.

E neste ano de 2011 teremos o ano do Orixá Xangô e Iansã como regentes; um ano de Julgamento e Justiça (Arcanos IV e XI do Tarot Reader- Waiter)

Onde Xangô governa sempre há a presença de Iansã a 'Senhora dos Ventos e Tempestades', e que é grande companheira deste Orixá,e a qual mostrará toda a sua força .

Ambos,Xangô e Iansã tem a influência do Planeta Mercúrio,e são Orixás Igneos, ou seja do fogo.
A essência de Iansã é o movimento e o fogo,e e considerada o Orixá do Raio enquanto Xangô o do Trovão. 

Esta relação com o movimento e o fogo faz de Iansã uma divindidade do sexo e do amor.

O ano de 2011 será promissor para as pessoas batalhadoras, que vão a luta para realizar os seus sonhos e ambições profissionais. Aqueles que seguem pelo caminho certo e respeitam a justiça conseguirão sucesso em várias áreas da vida.

Os Orixás em 2011 assumem uma postura rigorosa, condenando a má conduta sem levar em conta o perdão aos erros cometidos, por isso muito cuidado com os seus atos pois esta energia tem um senso de justiça muito acentuado.Xangô é uma energia que não tolera a mentira, a desonestidade, a corrupção.E como Xangô é o próprio Fogo, energia inesgotável, devastadora. Ninguém fica imune à sua passagem.

Sendo Iansã é a Senhora dos Raios e das Tempestades,e que governa também os mortos, mantendo o elo entre o passado e o presente para garantir o futuro. E em 2011, ela vai dar a maior força para as mulheres. Os mais românticos sonhos femininos, como um grande amor ou uma gravidez, poderão se transformar em realidade.Mas também a compra da casa própria .

E será um ano que a sensualidade estará em alta mas também as paixões.
Iansã representa o movimento e a continuidade das gerações. Nos períodos regidos por ela, tente controlar seus impulso. Não decida nada em pensar bem antes.

Com a influência deste dois Orixás teremos um ano de concretizações, e realizações, términos de processos pendentes, acertos e contratos serão renovados e novos contratos serão feitos entre empregados e empregadores.Ótimo ano também para sociedades e parcerias.
Será um bom ano pra se ganhar dinheiro, desde que seja honestamente.

Será um ano que teremos muita chuva e tempestades, ventos e furações , ciclones, tremores de terra e até terremoto ,assim como descargas elétricas.

Entretanto, não será um ano para brincadeira, nem mesmo para enrolação, pois ninguém irá aceitar ser enganado ou insultado; tampouco ser passado pra trás. Por este motivo será um ano de muitos processos judiciais, contra empresas e pessoas.

Bom ano para aqueles que trabalham na justiça também, como advogados, promotore, juízes, defensores públicos, oficial de justiça e todos que estiverem envolvidos com documentos.

O grande perigo quando este Orixás regem é o de estarmos armados para guerriar,e o de entrar em confronto com questões que não podemos mais aceitar.Pois chegou a hora do julgamento, onde será feito justiça de uma forma ou outra.

A mensagem para 2011 é controle a raiva, e agradeça por estar vivo!

Uma dica para entrar 2011 com o pé direito:
Fechando os olhos por alguns minutos e ao abri-los novamente olhe em volta de você, as mil cores, e formas maravilhosas que fazem desta vida uma coisa esplendora!
Viva seja feliz e deixe viver!
Feliz 2011 à todos!

XANGÔ KAÔ CABIECILE ! Salve Xangô Orixá da Justiça e do Trovão!Que os justos sejam recompensados!

EPARRÊI IANSÂ !Orixá dos Ventos e Tempestades, mãe dos desencarnados sem luz, que com sua força a foça do vento e o seu poder de limpar pela água leve tudo de ruin pra bem longe de nós!

Oferenda para Xangô(na quarta-feira)
Ingredientes:
- 500gr. de quiabo cortado em cruz sem cabinho
- 1 vidro de azeite de doce.
- 1 chave de cêra.

Num alguidar de barro bata o quiabo com as mãos até esfriar (colocando um pouco pra ferventar antes pra soltar a baba),mentalizando o pedido .Depois disto adicione azeite doce
por cima mentalizando seu pedido e colocando a chave de cera deitada sobre o quiabo.
Deixar esta oferenda numa pedra ou pedreira com uma vela branca ou marron.
Se quiser coloque um charuto acesso ao lado e uma cerveja preta aberta, jogando-a em circulo em volta da oferenda e salvando pai Xangô fazendo seu pedido para causas na justiça,aluguel ou venda de uma imóvel, ou para solucionar uma situação emperrada referente a papéis e documentos que você precisa.

-Oferenda pra Iansã(na quarta-feira)
-suco de cenoura numa taça pequena(descartável)
-1 vela coral .
-1 palma coral.
-1 cristal de ágata.
-Folhas de pintangueira ou bambu para formar um circulo em volta da oferenda.
-Montar tudo num pano branco em casa ou na natureza.
Pedir Iansã força para vencer ,e sucesso material em 2011.

Ritual de Iansã para Amor
-1 vela vermelha ou coral em formato de coração.
-Batatas doces fritas colocada numa folha de bananeira ou folha de mamoma.
-1 cristal quartzo rosa e um cristal ágata de fogo pequeno.
-Galhos com folhas de bambu para colocar em circulo em volta do ritual.